A publicação de "O Jardim de Cimento" - o primeiro romance de Ian McEwan, cuja colectânea de contos "Primeiro Amor, Últimos Ritos" já havia sido galardoada com o Prémio Somerset — anunciava a singularidade das obras futuras de um autor que, integrando-se numa geração que procurou renovar as letras inglesas, é hoje reconhecido como um dos maiores escritores da ficção mundial contemporânea.
As histórias extraordinárias que compõem o livro celebram a imaginação humana, e as ilustrações de Anthony Browne, artista várias vezes premiado, permanecerão também na memória dos leitores muito depois de terminada a leitura.
«Naquela manhã, ao acordar, Jim Sams, esperto, mas algo leviano, depois de uma noite cheia de sonhos perturbadores, viu-se transformado numa criatura gigantesca.»
Um romance pungente onde a ficção se mistura com o real para expor, num ritmo dramático, poderoso e intenso, a trágica verdade que só a criação literária, quando aliada à narrativa histórica.
Emocionante romance aos grandes temas contemporâneos, numa descoberta que poderá abalar a forma como cada um de nós encara o futuro da humanidade e do nosso planeta.
Uma geração marcada por uma educação austera e paternalista vê-se impelida a gerir o obscurantismo do passado com uma nova visão do mundo e a nova liberdade oferecida. Afonso é um homem atormentado, exemplo da incapacidade de encontrar o equilíbrio entre os dois opostos.
«Aqueles que recusam o socialismo de miséria (como Mário Soares o apelidava), o igualitarismo andrajoso e burocrático, são agora de direita. É fácil, portanto, nos tempos que correm, ser de direita. Basta, por exemplo, denunciar a colonização do PS, e sobretudo das suas novas gerações, pela beatice populista da defesa hipócrita dos deserdados reais e imaginários, segregada pelo BE e outras seitas menos bem-sucedidas.
nSeis anos de geringonça e de complacência para com adversários do nosso sistema de valores, cortejando-os, adulando-os, desdramatizando diferenças na esperança do voto indispensável quando chega a anual hora da verdade, ameaçam a alma do PS ou, como Soares lhe chamava, a fronteira da liberdade.»
Olhando para aqueles que o aplaudiam em frente da Assembleia Nacional, Marcello Caetano não podia deixar de pensar que tudo aquilo era um equívoco.
Planeara reformar o Estado Novo - e os que ali estavam eram precisamente os que pretendiam que nada mudasse, eram os que o vaiariam se pretendesse encontrar uma saída para a guerra, eram os que exigiam que em Portugal e nas colónias tudo continuasse na mesma.
Desgraçadamente, os que desejavam a mudança tinham- se afastado dele, deixando-o só, entregue ao inimigo. A Primavera acabara há muito e já chegara o Inverno.
Marcello, da sua janela, pode ver Salazar sentado debaixo da pérgula onde gosta de estar; e este, quando contempla o edifício da Assembleia, pensando que ainda detém o poder, não sonha que ali à sua frente trabalha o verdadeiro presidente do Conselho. É uma situação nunca vista!
Este livro é uma biografia com uma perspectiva original sobre a história do ditador português. É a sua História escrita de dentro para fora e não de fora para dentro, como quase sempre se faz. Muita gente olha para os factos históricos à luz dos conceitos de hoje. Falamos de colonialismo com base nas ideias de hoje.